terça-feira, 8 de março de 2011

ORIENTAÇÃO PARA O TRATAMENTO E PREVENÇÃO  DA DEPRESSÃO 

     

  1. Informação, o primeiro passo
  O primeiro passo é a informação. A pessoa deprimida e seus familiares precisam saber o que está sendo feito, que riscos correm os doentes, os benefícios do tratamento e o prognóstico. Acima de tudo, é preciso vencer o medo. Porque, a maioria dos doentes e suas famílias têm medo da doença mental, da loucura. Abordados esses temas, consegue-se melhorar o resultado do tratamento e as relações interpessoais.

2. Com a ajuda da família a pessoa deprimida pode sair da crise mais depressa

 A família pode fornecer parâmetros da realidade. Não deve deixar a pessoa trancada no quarto o dia todo com as cortinas fechadas, nem deixá-la desrespeitar a necessidade de alimentação e higiene. Ou seja, estimular o depressivo a levar da cama, a comer, tomar banho, de acordo com suas possibilidades de desempenho. É importante respeitar as limitações que a doença impõe.

  3. Século XXI, é possível não cair em depressão
     
           Não há uma receita básica, porém a primeira coisa é apelar para o bom senso para conseguir uma qualidade de vida satisfatória. Depois, é preciso desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver problemas, dificuldades e conflitos. Tanto isso é possível que apenas 18% da população apresentam quadros depressivos ao longo da vida. Problemas todos têm. É necessário, dentro das possibilidades, aprender a lidar com eles e a não deixar que nos abalem demais.


  4. Praticar exercícios físicos diariamente

A atividade física ajuda bastante. Há evidências de que associada a tratamentos medicamentosos e psicológicos pode ser um componente importante para alcançar resultados satisfatórios no tratamento. O ideal seria fazê-los ao acordar. O tempo necessário é de 1 hora, seja para caminhadas, natação, ciclismo, ou outra atividade que lhe der prazer. O exercício físico quando feito diariamente , aumenta a produção das endorfinas, que provoca sensação de bem-estar e disposição.

  5. Eliminar estimulantes (cafeínas ou substâncias estimulantes contidas em outros produtos)

Sendo assim, não faça uso de café, quaisquer refrigerantes, chocolates e derivados de cacau, chá mate e seus derivados, chá preto, guaraná em pó, etc. A cafeína, assim como outros estimulantes, provoca hiperatividade cerebral, altera as fases do sono, causa irritabilidade e estresse. Caso algum medicamento que você precise tomar tenha cafeína ou outro tipo de estimulante, comunicar ao seu médico.

  6. Proceder aos seguintes tipos de banho

Banho de morno a frio pela manhã, pois promove, pelo choque térmico, estimulo ao despertar. Banho quente ao deitar, porque provoca vasodilatação, ajudando a relaxar e facilitando a conciliação do sono.

  7. Manter um horário regular para dormir e acordar

Não esqueça, a parte mais nobre do sono acontece entre 23h e 3 horas da manhã. Procure não ficar na cama depois de acordado, pois pode prejudicar o sono da noite seguinte. Não durma durante o dia, mesmo nos finais de semana e/ou feriados, pois esse sono, ao invés de descansar, cansa.

  8. Repousar após o almoço

É bom para quebra o ciclo sono/vigília. Porém, esse tipo de repouso só deverá ser feito por aqueles que tiverem esse hábito. Mesmo assim, aconselha-se não ultrapassar os 40 minutos, mais do que isso pode ser prejudicial.

  9. Impedir o EXCESSO de estímulos

O excesso de estímulo auditivo e visual, por contínua exposição à televisão, por exemplo, é excitante e causa estresse cerebral. Se você estiver em casa, tenha maior disponibilidade para relacionamentos. Enquanto estiver deprimido, não vá a eventos como festas e comemorações, onde você pode comparar-se, ou se comparado, com os outros, pois isso pode levá-lo a achar que o seu quadro é mais grave do que realmente é. Portanto, caso você freqüente tais lugares, evite comparações.
 
  1O. Evitar alimentos pesados após 18:00 horas

No jantar, a ingestão de carnes vermelhas, frituras, por exemplo, pode prejudicar o sono, causando pesadelos e provocando um sono insatisfatório, não reparador. Depois desse horário, dê preferência para lanches leves, sopas, massas leves, etc.

  11. Investir em lazer nos finas de semanas

Tire férias. Saia da rotina da casa, do trabalho, para resgatar a tranqüilidade e o bem estar. Busque atividades esportivas, religiosas, cinema, teatro, encontros e reuniões sociais que sejam para você momentos prazeros.

  12. Não usar bebidas alcoólicas (pessoas que estiverem em tratamento)

Em uso de medicamentos, não ingerir bebida alcoólica de forma alguma, alguns casos especiais devem ser discutidos com o médico. Quem não estiver em tratamento medicamentoso, e quiser fazer uso delas deverá fazê-lo no máximo uma vez por semana e de preferência fermentados ( cerveja, vinho, champanhe), porque depois do seu efeito excitante e desinibidor, a bebida produz depressão. O intervalo de uma semana entre o uso de bebidas permitirá o reajuste das funções bioelétricas e bioquímicas do cérebro.

13. Não Fumar 

Além dos prejuízos pulmonares e cardiovasculares, a nicotina está ligada a modificações no humor, tais como ansiedade e depressão. Cuide-se para não ser fumante passivo.

 14.  Ingerir freqüentemente frutas e verduras

As frutas e as verduras, além de serem fontes de vitaminas, elas contêm uma substância fundamental para a produção de um neurotransmissor cerebral que regular o humor. Também possuem fibras que melhoram o desempenho intestinal, já prejudicado por alguns remédios e pela própria depressão.

 15. Expor-se à luz solar no início da manhã ou final da tarde
    
    Promove aumento da produção de melatonina, substância reguladora do ciclo sono/vigília e do humor.

    16. Beber bastante líquidos
     
 A ingestão de líquidos, principalmente, a água, além de evitar a desidratação celular que provoca estresse cerebral, melhora o metabolismo.

 17. Comparecer nas consultas/sessões agendas

O psicólogo vai lhe ajudar a entender a depressão e desenvolver formas de lidar com ela. Encorajando-o a falar sobre si mesmo, seus problemas e suas relações.
A sessão pode ser individual ou em grupo, com a participação ou não da família. O tratamento não traz resultados imediatos. Seja paciente. Você vai começar a descobrir novas formas de lidar com seus problemas dentro de algumas semanas.
O psicólogo está treinado para lhe dar o melhor atendimento. A sua principal tarefa é evitar que as pessoas adoeçam gravemente ou tenham suas enfermidades inadvertidamente agravadas. 
   


Texto:  Rachel Nicolau Sueitt - Psicóloga

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


O que é Depressão ?

É uma Doença?

Nos dias de hoje, tornou-se comum ouvir as pessoas dizerem que estão com depressão. Mais afinal o que é isso?
A depressão é uma doença que pode surgir em qualquer idade, afetando o bem-estar físico e psíquico do individuo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Depressão é mais comum no sexo feminino, atingindo 3,2% as mulheres e 1,9% os homens.

Um transtorno depressivo não é a mesma coisa que um estado passageiro de tristeza, pois a depressão altera a maneira de ver o mundo e sentir a realidade, afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si e ao outro. A pessoa deprimida percebe a vida de forma muito mais negativa, é como se ela enxergasse através de lentes em branco e preto.

As causas da depressão são de ordens variadas, podendo ser biológica, social ou emocional como, por exemplo, a hereditariedade, a perda do emprego ou de um ente querido ou, até mesmo, o fim de uma relação amorosa. No entanto, um terço dos casos estão associados a doenças físicas como câncer, doença coronariana, diabetes, epilepsia, infecção pelo HIV, doença de Parkinson, derrame cerebral e outras.


Os medicamentos e drogas, em geral, de uso continuado também podem provocar quadros depressivos. Porém, a depressão pode, muitas vezes, surgir sem uma causa aparente. O diagnóstico de depressão não envolve, necessariamente, a presença de uma determinada causa, mas sim a intensidade do sofrimento que precisa ser investigado.

Os sintomas depressivos são diferentes, variam entre as pessoas e podem ser identificados como: fadiga, irritabilidade, preocupação excessiva, sensação de vazio, baixo-astral, insônia ou excesso de sono, perda ou ganho significativo de peso, idéias recorrentes de morte, entre outros.

O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave. Cada episódio, geralmente, dura de alguns meses ou anos. A doença é recorrente e os que já tiveram um episódio de depressão no passado têm 50% de chance de repeti-lo.

O tratamento vai depender do grau da depressão. Nos casos leves e moderados é indicado à psicoterapia, já nos mais graves além da psicoterapia é introduzida a medicação. Assim, o tratamento torna-se multidisciplinar porque envolve o psicólogo, o psiquiatra e a família sendo esta uma importante aliada ao combate da depressão.



Texto: Rachel Nicolau Sueitt - Psicóloga

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Você Tem TOC?



Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma doença crônica e é caracterizado pela presença de obsessões e/ ou compulsões recorrentes que consomem tempo e causam sofrimento à pessoa.
As Obsessões são pensamentos, sentimentos, idéias, impulsos, imagens ou representações mentais involuntárias que invadem a consciência de forma repetitiva, persistente e estereotipada seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá-los. Esses pensamentos são vividos como intrusos, inapropriados ou estranhos pela pessoa, causando ansiedade e desconforto. Embora o indivíduo os reconheça como frutos da sua própria mente, ele não consegue tirá-los da sua consciência, apesar de desejar fazê-lo.
Já as compulsões são comportamentos, ações repetitivas e intencionais, realizadas independentemente da vontade do indivíduo; podem ocorrer em resposta ou não a uma obsessão. Essas ações, muitas vezes, podem diminuir os sentimentos desagradáveis decorrentes das obsessões, como ansiedade ou desconforto. As causas do TOC ainda são desconhecidas, mas provavelmente resultante de fatores causais diferentes. O TOC pode começar em qualquer momento, desde a idade pré-escolar até a adulta. Sua incidência é igual entre homens e mulheres, porém maior em adolescentes do sexo masculino. Alguns estudos realizados mostram que a prevalência do TOC é de 25 em cada 1.000 pessoas sofrem com obsessões e/ ou compulsões em algum momento das suas vidas. Sua evolução é variável, pois pode ser com piora, estabilização dos sintomas ou apresentação sob forma de crises episódica. Tanto pode surgir de forma abrupta após um evento estressor como, por exemplo: a perda de um ente querido ou não.
Os sintomas e rituais mais comuns são: dermatite, lesões nas mãos ou erupções ocasionadas por lavagem repetida; Onicopatia (unhas), infecções crônicas das unhas decorrentes de roer excessivamente ou morder compulsoriamente o canto dos dedos;Alopecia (falta de cabelos); tricotilomania (arrancar cabelos); Gengivite ou infecção gengival por escovação dental excessiva entre outros. Nos rituais de recontagem a pessoa repete ações várias vezes, a fim de prevenir sucessos indesejados, no de comprovação elas precisam comprovar repetidamente se a porta está fechada, se o gás foi desligado e, também, têm aqueles que se asseguram de que os objetos estão na ordem certa, ou seja, simétricos.
O TOC é o quarto transtorno psiquiátrico mais frequente na população e isso reforça ainda mais a necessidade de se fazer um diagnóstico e encaminhamento terapêutico adequado o mais cedo possível.

Aproximadamente um terço dos pacientes portadores de TOC tem também um diagnóstico de depressão e/ ou ansiedade. Na maioria das vezes, as pessoas com TOC consultam vários médicos sem sucesso. Passam anos à procura de tratamento antes de receberem o diagnóstico correto, porque nos serviços médicos muitos não estão familiarizados com os sintomas e não estão treinados para dar o tratamento adequado.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar as pessoas a evitar o sofrimento e diminuir o risco de desenvolverem outros problemas, tais como a depressão ou problemas conjugais ou, ainda, de trabalho, entre outros.
O tratamento do TOC envolve aspectos educacionais, abordagens psicológicas e psicofarmacológicas. O esclarecimento sobre as características do transtorno e a orientação no sentido da sua desestigmatização podem de imediato trazer alívio ao paciente e a família. Quando crianças e adolescentes são portadores de TOC, é importante que os pais trabalhem juntamente na escola com os professores para ter certeza de que eles compreendem o transtorno.
Texto: Rachel Nicolau Sueitt - Psicóloga

sexta-feira, 10 de julho de 2009


Raiva: perigo para a cabeça e o coração

Sentimento diminui irrigação do cérebro e pode afetar músculo cardíaco Uma experiência realizada na Southern California University e no Centro Médico Cedars-Sinai, nos EUA, mostrou que em indivíduos hipertensos as situações de estresse e raiva não provocam no fluxo sanguíneo mesmo efeito que essas situações geram nas pessoas com pressão arterial normal.
Em indivíduos saudáveis, a raiva e o estresse mental causam a dilatação da artéria carótida (que levam o sangue do coração para o cérebro) e aumentam o fluxo sanguíneo em toda a região cerebral. A pesquisa revelou que, nas pessoas hipertensas, o reflexo de dilatação não ocorre. Portanto, a situação de raiva não produz vasodilatação nem mudanças significativas no fluxo de sangue no cérebro.
De acordo com Tasneem Naqvi, um dos realizadores da pesquisa, a vasodilatação inadequada, ou a ausência de dilatação em resposta à situação de raiva ou estresse pode levar à isquemia do miocárdio (má irrigação do músculo cardíaco), aumentando os riscos de quem sofre de doença de coração, mesmo se o quadro estiver estável e controlado.Para realizar a pesquisa, Tasneem Naqvi e seu colega Hahn Hyuhn avaliaram, por meio de ultra-som, a reatividade da artéria carótida e o comportamento do fluxo sanguíneo em resposta ao estresse.
Participaram da pesquisa dez voluntários saudáveis jovens (entre 19 e 27 anos), 20 voluntários saudáveis mais velhos (entre 38 e 60 anos) e 28 pacientes com quadro de hipertensão na faixa etária dos 38 aos 64 anos.
Durante a experiência, os voluntários foram submetidos a tarefas que provocam estresse mental, incluindo testes aritméticos e de leituras e simulações de situações que levam à raiva. Por meio das imagens de ultra-som, os pesquisadores mediram os efeitos das situações de estresse na artéria carótida e em uma artéria do cérebro. Ao mesmo tempo, foram medidas a pressão arterial e a frequência cardíaca dos participantes.
Já é sabido que, quando não há aumento do fluxo de sangue no cérebro durante atividades mentais, a cognição e o desempenho cerebral podem ser afetados. A descoberta da ausência de dilatação em resposta à raiva e ao estresse mental pode ajudar a identificar os indivíduos com maior risco de eventos cardiovasculares futuros.
Além das descobertas dos efeitos da raiva no fluxo sanguíneo, novos estudos têm mostrado que o sentimento causa mudanças elétricas no coração, que podem predizer arritmias futuras.
A raiva também pode causar o aumento de uma substância relacionado ao estreitamento das artérias, provocando doenças cardiovasculares. Segundo um estudo realizado na Universidade Duke, nos EUA, a raiva e outros fatores comportamentais e psicológicos podem ser os responsáveis por cerca de 50% dos ataques cardíacos em pessoas que não apresentam os fatores de risco tradicionais.
Iara Biderman