segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


O que é Depressão ?

É uma Doença?

Nos dias de hoje, tornou-se comum ouvir as pessoas dizerem que estão com depressão. Mais afinal o que é isso?
A depressão é uma doença que pode surgir em qualquer idade, afetando o bem-estar físico e psíquico do individuo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Depressão é mais comum no sexo feminino, atingindo 3,2% as mulheres e 1,9% os homens.

Um transtorno depressivo não é a mesma coisa que um estado passageiro de tristeza, pois a depressão altera a maneira de ver o mundo e sentir a realidade, afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si e ao outro. A pessoa deprimida percebe a vida de forma muito mais negativa, é como se ela enxergasse através de lentes em branco e preto.

As causas da depressão são de ordens variadas, podendo ser biológica, social ou emocional como, por exemplo, a hereditariedade, a perda do emprego ou de um ente querido ou, até mesmo, o fim de uma relação amorosa. No entanto, um terço dos casos estão associados a doenças físicas como câncer, doença coronariana, diabetes, epilepsia, infecção pelo HIV, doença de Parkinson, derrame cerebral e outras.


Os medicamentos e drogas, em geral, de uso continuado também podem provocar quadros depressivos. Porém, a depressão pode, muitas vezes, surgir sem uma causa aparente. O diagnóstico de depressão não envolve, necessariamente, a presença de uma determinada causa, mas sim a intensidade do sofrimento que precisa ser investigado.

Os sintomas depressivos são diferentes, variam entre as pessoas e podem ser identificados como: fadiga, irritabilidade, preocupação excessiva, sensação de vazio, baixo-astral, insônia ou excesso de sono, perda ou ganho significativo de peso, idéias recorrentes de morte, entre outros.

O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave. Cada episódio, geralmente, dura de alguns meses ou anos. A doença é recorrente e os que já tiveram um episódio de depressão no passado têm 50% de chance de repeti-lo.

O tratamento vai depender do grau da depressão. Nos casos leves e moderados é indicado à psicoterapia, já nos mais graves além da psicoterapia é introduzida a medicação. Assim, o tratamento torna-se multidisciplinar porque envolve o psicólogo, o psiquiatra e a família sendo esta uma importante aliada ao combate da depressão.



Texto: Rachel Nicolau Sueitt - Psicóloga

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Você Tem TOC?



Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma doença crônica e é caracterizado pela presença de obsessões e/ ou compulsões recorrentes que consomem tempo e causam sofrimento à pessoa.
As Obsessões são pensamentos, sentimentos, idéias, impulsos, imagens ou representações mentais involuntárias que invadem a consciência de forma repetitiva, persistente e estereotipada seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá-los. Esses pensamentos são vividos como intrusos, inapropriados ou estranhos pela pessoa, causando ansiedade e desconforto. Embora o indivíduo os reconheça como frutos da sua própria mente, ele não consegue tirá-los da sua consciência, apesar de desejar fazê-lo.
Já as compulsões são comportamentos, ações repetitivas e intencionais, realizadas independentemente da vontade do indivíduo; podem ocorrer em resposta ou não a uma obsessão. Essas ações, muitas vezes, podem diminuir os sentimentos desagradáveis decorrentes das obsessões, como ansiedade ou desconforto. As causas do TOC ainda são desconhecidas, mas provavelmente resultante de fatores causais diferentes. O TOC pode começar em qualquer momento, desde a idade pré-escolar até a adulta. Sua incidência é igual entre homens e mulheres, porém maior em adolescentes do sexo masculino. Alguns estudos realizados mostram que a prevalência do TOC é de 25 em cada 1.000 pessoas sofrem com obsessões e/ ou compulsões em algum momento das suas vidas. Sua evolução é variável, pois pode ser com piora, estabilização dos sintomas ou apresentação sob forma de crises episódica. Tanto pode surgir de forma abrupta após um evento estressor como, por exemplo: a perda de um ente querido ou não.
Os sintomas e rituais mais comuns são: dermatite, lesões nas mãos ou erupções ocasionadas por lavagem repetida; Onicopatia (unhas), infecções crônicas das unhas decorrentes de roer excessivamente ou morder compulsoriamente o canto dos dedos;Alopecia (falta de cabelos); tricotilomania (arrancar cabelos); Gengivite ou infecção gengival por escovação dental excessiva entre outros. Nos rituais de recontagem a pessoa repete ações várias vezes, a fim de prevenir sucessos indesejados, no de comprovação elas precisam comprovar repetidamente se a porta está fechada, se o gás foi desligado e, também, têm aqueles que se asseguram de que os objetos estão na ordem certa, ou seja, simétricos.
O TOC é o quarto transtorno psiquiátrico mais frequente na população e isso reforça ainda mais a necessidade de se fazer um diagnóstico e encaminhamento terapêutico adequado o mais cedo possível.

Aproximadamente um terço dos pacientes portadores de TOC tem também um diagnóstico de depressão e/ ou ansiedade. Na maioria das vezes, as pessoas com TOC consultam vários médicos sem sucesso. Passam anos à procura de tratamento antes de receberem o diagnóstico correto, porque nos serviços médicos muitos não estão familiarizados com os sintomas e não estão treinados para dar o tratamento adequado.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar as pessoas a evitar o sofrimento e diminuir o risco de desenvolverem outros problemas, tais como a depressão ou problemas conjugais ou, ainda, de trabalho, entre outros.
O tratamento do TOC envolve aspectos educacionais, abordagens psicológicas e psicofarmacológicas. O esclarecimento sobre as características do transtorno e a orientação no sentido da sua desestigmatização podem de imediato trazer alívio ao paciente e a família. Quando crianças e adolescentes são portadores de TOC, é importante que os pais trabalhem juntamente na escola com os professores para ter certeza de que eles compreendem o transtorno.
Texto: Rachel Nicolau Sueitt - Psicóloga

sexta-feira, 10 de julho de 2009


Raiva: perigo para a cabeça e o coração

Sentimento diminui irrigação do cérebro e pode afetar músculo cardíaco Uma experiência realizada na Southern California University e no Centro Médico Cedars-Sinai, nos EUA, mostrou que em indivíduos hipertensos as situações de estresse e raiva não provocam no fluxo sanguíneo mesmo efeito que essas situações geram nas pessoas com pressão arterial normal.
Em indivíduos saudáveis, a raiva e o estresse mental causam a dilatação da artéria carótida (que levam o sangue do coração para o cérebro) e aumentam o fluxo sanguíneo em toda a região cerebral. A pesquisa revelou que, nas pessoas hipertensas, o reflexo de dilatação não ocorre. Portanto, a situação de raiva não produz vasodilatação nem mudanças significativas no fluxo de sangue no cérebro.
De acordo com Tasneem Naqvi, um dos realizadores da pesquisa, a vasodilatação inadequada, ou a ausência de dilatação em resposta à situação de raiva ou estresse pode levar à isquemia do miocárdio (má irrigação do músculo cardíaco), aumentando os riscos de quem sofre de doença de coração, mesmo se o quadro estiver estável e controlado.Para realizar a pesquisa, Tasneem Naqvi e seu colega Hahn Hyuhn avaliaram, por meio de ultra-som, a reatividade da artéria carótida e o comportamento do fluxo sanguíneo em resposta ao estresse.
Participaram da pesquisa dez voluntários saudáveis jovens (entre 19 e 27 anos), 20 voluntários saudáveis mais velhos (entre 38 e 60 anos) e 28 pacientes com quadro de hipertensão na faixa etária dos 38 aos 64 anos.
Durante a experiência, os voluntários foram submetidos a tarefas que provocam estresse mental, incluindo testes aritméticos e de leituras e simulações de situações que levam à raiva. Por meio das imagens de ultra-som, os pesquisadores mediram os efeitos das situações de estresse na artéria carótida e em uma artéria do cérebro. Ao mesmo tempo, foram medidas a pressão arterial e a frequência cardíaca dos participantes.
Já é sabido que, quando não há aumento do fluxo de sangue no cérebro durante atividades mentais, a cognição e o desempenho cerebral podem ser afetados. A descoberta da ausência de dilatação em resposta à raiva e ao estresse mental pode ajudar a identificar os indivíduos com maior risco de eventos cardiovasculares futuros.
Além das descobertas dos efeitos da raiva no fluxo sanguíneo, novos estudos têm mostrado que o sentimento causa mudanças elétricas no coração, que podem predizer arritmias futuras.
A raiva também pode causar o aumento de uma substância relacionado ao estreitamento das artérias, provocando doenças cardiovasculares. Segundo um estudo realizado na Universidade Duke, nos EUA, a raiva e outros fatores comportamentais e psicológicos podem ser os responsáveis por cerca de 50% dos ataques cardíacos em pessoas que não apresentam os fatores de risco tradicionais.
Iara Biderman